A truculência e a solidariedade – apoio às Lanceiras e Lanceiros Negrxs de Porto Alegre

A noite de ontem em Porto Alegre foi marcada pela vergonha. O governo do estado jogou a polícia truculenta sobre moradoras e moradores da simbólica ocupação Lanceiros Negros, existente há dois anos, e que em curto prazo se tornou uma referencia de organização popular e mobilização. Setenta famílias aterrorizadas por bombas, tiros, cassetetes, um aparato policial como se tem visto muito ultimamente no Rio Grande do Sul e no Brasil afora. Lutar por direitos se tornou alvo da repressão, virou crime exigir direitos e tentar exercê-los.

Hoje foi dia de mostrar que não será tão fácil destruir a luta popular pela moradia. E que as mulheres, o movimento feminista, movimentos sociais e a sociedade em geral vão resistir com apoio e solidariedade ativa. Formando filas, centenas de pessoas foram a outro local de referência na luta por direitos: Ocupação feminista Mirabal, criada no ano passado a partir da mobilização das mulheres, e que rapidamente se transformou num espaço de ativismo, resistência e luta contra a violência e pela transformação social.

Colchões, travesseiros, cobertas, roupas, objetos utilitários, comida, água, materiais de higiene não pararam de chegar todo o dia nesse lutar. Para ali foram as mulheres e crianças expulsas da moradia conquistada há dois anos, durante a noite mesmo. Fugindo do frio e do terror das bombas. Hoje chegaram muitas outras, que levadas para o Centro Vida na repressão policial, ficaram sem luz, água, comida e o aviso de que teriam que sair em 24 horas. Essa foi a assistência social oferecida pelo governo neoliberal de Sartori, do PMDB, que se alinha à politica golpista nacional e ao invés de políticas públicas joga a polícia contra o povo.

A importância dessa solidariedade agora e fundamental. Sabe-se que muitos comitês estão e constituindo, pois há a ameaça pairando sobre o telhado da própria Ocupação Mirabal, onde só mulheres vivem e autonomamente coordenam tudo. Receberam crianças com suas mães na emergência, compreendendo que não se nega um teto a quem necessita.
Mas é preciso mais. Manter a solidariedade com as doações de bens e de dinheiro nas contas indicadas e denunciar a violência e o terrorismo das ações de ódio mais do que nunca. Mais que isso ainda, a vigilância contra as novas repressões que já estão anunciadas, o desmonte do Ministério das Cidades, a redução e desvirtuamento do programa Minha Casa Minha Vida, a reforma trabalhista e da previdência. Tudo isso é um mesmo pacote de maldades que o governo golpista impõe e os estados estão, com o rabo entre as pernas, realizando como trabalho sujo.

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