Porto-alegrenses discutem a feminização do HIV/Aids

Porto Alegre recebeu, nos dias 13 e 17 de outubro, o Projeto Conexões: Estratégias Integradas contra HIV/Aids e a Violência de Gênero. Durante os encontros, aproximadamente 30 agentes de saúde e lideranças comunitárias da Capital passaram por formações com integrantes do Coletivo Feminino Plural e discutiram formas de disseminar as boas práticas e de tornar as redes de atenção à mulher e às pessoas infectadas com HIV mais eficientes e interligadas.

Neusa, Elisabeth, Vera Daisy, Daniel, Lísia, Télia,
Simone Ávila, Silvia Alóia, Pedro Luiz e Rubens

A abertura contou com a presença da secretária-adjunta de Sáude de Porto Alegre, Fátima Ali, dos representantes da Seção Estadual de DST/Aids-SES do Estado, Daniel Kveller, do Conselho Municipal de Saúde da Capital, Gilmar Campos, da dirigente do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública, Lísia Mostardeiro Velasco Tabajara, do integrante do Fórum de Ongs Aids RS, Rubens Raffo, da presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher (Comdim POA) Vera Daisy Barcellos, da representante do Grupo Hospitalar Conceição Elisabeth Wartchow e do integrante da Secretaria Municipal de Direitos da Mulher, Pedro Luiz Cardoso Silveira.

No primeiro dia do curso, foi traçado um panorama da situação da mulher no Brasil e as diferentes formas de manifestação da violência sofrida. Além disso, se discutiu o estigma em torno da pessoa com HIV/Aids e como o preconceito dificulta o combate à epidemia.

A coordenadora do Coletivo Feminino Plural Télia Negrão provocou as participantes a avaliarem como o machismo se manifesta em diferentes situações e como o pensamento patriarcal impediu e impede que as mulheres assumam os diferentes espaços e se coloquem contra os paradigmas vigentes. A coordenadora do Centro de Referência da Mulher (CRM) Patricia Esber, Renata Jardim, complementou a explanação sobre violência contra a mulher com informações sobre a legislação vigente e como os profissionais de saúde devem agir ante casos de violação dos direitos humanos da mulher.

Silvia Aloia

No segundo dia, a assistente técnica do projeto Silvia Alóia tratou dos estigmas em torno das pessoas soropositivas e alertou para a necessidade de se desenvolver tratamentos específicos para as mulheres com HIV/Aids. “Nós, mulheres, apresentamos efeitos diferentes dos homens com o uso de alguns remédios, muitas vezes nosso corpo muda devido à alguma substância e é muito comum que tenhamos baixa autoestima”, destacou Silvia.

Laura Gatti

Após, Isete Stella falou sobre a realidade do HIV/Aids em Porto Alegre, a escrivã da Delegacia Especializado no Atendimento à Mulher (Deam) Porto Alegre, Laura Gatti trouxe dados municipais de violência contra a mulher e do formato de trabalho da Deam e Maria Luisa Oliveira, da ONG Sempre Mulher, realizou uma dinâmica em grupos de trabalho a fim de aproximar os dados de violência contra a mulher às experiências trazidas pelas participantes.

Neusa Heinzelmann

No encerramento do encontro, as participantes construíram, sob a mediação da coordenadora do projeto Neusa Heinzelmann, a rede, os fluxos e protocolos de atenção às mulheres e à soropositividade. As participantes se localizaram dentro do todo e apontaram o que poderia ser melhorado. O próximo passo será a realização das atividades à distância, disponíveis aqui.

O projeto Conexões conta com apoio da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul e da Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.

Fonte: Blog do Projeto Conexões, Publicado em 22 de outubro de 2015.

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