Nós, do Coletivo Feminino Plural, exigimos a soltura imediata das 13 mulheres presas em suposto flagrante ontem à noite após a condenação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva em julgamento realizado Porto Alegre. Estas 13 MULHERES ATIVISTAS estão detidas no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier sob a acusação de prática de incêndio – a acusação de associação criminosa foi descartada pelo juiz que emitiu o alvará de soltura. Além delas, três homens seguem aguardando a efetivação da soltura, já concedida.
Exigimos, ainda, a responsabilização do Estado por essas prisões de caráter claramente MISÓGINO, já que, além da clara opção pela prisão em maior número de mulheres, foi negado, inclusive, a uma das mulheres detidas o atendimento médico. Segundo informações de nossas companheiras que vêm acompanhando o caso, ela estava machucada e passou a noite sem atendimento. O atendimento ocorreu apenas hoje pela manhã, configurando grave desrespeito aos direitos humanos.
Demonstramos nossa preocupação ante as repetidas ações da polícia com objetivo de criminalização dos movimentos sociais, em particular das mulheres que assumem a dianteira nesses movimentos, lutam e se posicionam com postura crítica à nossa realidade. Mais uma vez, assistimos à presença de policiais militares não identificados (os chamados P2) infiltrados nas manifestações e prestando depoimentos a fim de criar provas contra as e os ativistas.
Nós, mulheres, temos o direito de nos manifestar e de contar com respeito e segurança. Não aceitamos as diferentes formas de violência às quais estão nos submetendo. Nossos algozes vêm agindo a serviço de um projeto de Estado patriarcal, misógino, racista e lesbohomotransfóbico, mas, garantimos, eles não vão nos calar. Machistas, racistas, fascistas não passarão!