“Olhos nos olhos, quero ver o que você faz” e assim como a canção, a tarde de ontem (3 de novembro) foi repleta de olhares. Olhos atentos, fraternos, cuidadosos. Coração aberto, palavras cantadas, declamadas a cada prosa e verso, pautadas em folhas timbradas, tingidas, pintadas, redigidas.
A timidez aos poucos era vencida pelo amor, vontade de contestação, expressão, provocação do ser mulher, coletiva, feminina, plural. Há essas meninas-mulheres, as netas daqueles que não as conseguiram queimar. Em círculo mais parecíamos leoas protegendo rebento. Na eminência do perigo, gritamos: Ei! Não mexe comigo, que eu não ando só!!
E assim foi nosso Sarau Feminista, repleto de poesia, pelos, peles, vozes, cores, ecos de liberdade-resistência. R-E-S-I-S-T-Ê-N-C-I-A é nosso sobrenome. Não haverá monossílabos traduzidos em siglas que possam nos intimidar. Vocês não entenderam ainda que Machistas NÃO Passarão? Então não nos venham com suas consoantes dissonantes tentando calar nosso vocabulário repleto de verbo: lutar, amar, transgredir, transformar, resistir.
E não se enganem se por acaso possa parecer que vez ou outra damos um passo para trás. Isso é apenas impulsão de força para nos lançarmos no mundo. Não este que querem à força nos impor e limitar. Sigamos mulheres, sigamos, pois Mulher Bonita é a que Luta e essas são as únicas consoantes que nos fazem sentido.