Oficina da Região Metropolitana reúne Porto Alegre, Viamão e Canoas nesta quinta-feira (21) no Sindibancários, no Centro da Capital
Com o objetivo principal de investigar a relação entre duas das principais causas de mortes de mulheres no Brasil, a infecção pelo vírus HIV e a violência de gênero, e capacitar as e os participantes para atuarem em suas áreas, o projeto Conexões realiza nesta quinta-feira (21) a divulgação dos resultados colhidos em Viamão, Canoas e Porto Alegre. Além da apresentação dos resultados do mapeamento das redes locais, será construída uma proposta de Protocolo de Rede para a Região Metropolitana. O projeto Conexões se insere na campanha internacional Women Won’t Wait – Mulheres Não Esperam Mais, Acabemos com a Violência e a Aids Já.
Durante o evento, estarão presentes lideranças, ativistas do movimento de saúde e de mulheres, conselheiros/as de Saúde e de Direitos da Mulher e agentes públicos das cidades participantes. A enfermeira e coordenadora do Projeto Conexões – Estratégias Integradas contra o HIV/Aids e a Violência de Gênero, Neusa Heinzelmann, e a representante da Campanha Mulheres Não esperam – Acabemos com as Epidemias de Aids e Violência de Gênero Já! – Unaids e coordenadora do Coletivo Feminino Plural, Telia Negrão, abrem o evento apresentando o balanço dos marcos, objetivos e ações do projeto e o conceito de gênero como intersecionalidade na construção das redes.
Após, a psicóloga Thais Pereira apresenta os resultados do mapeamento das redes locais para o enfrentamento das epidemias de HIV/Aids e violência de gênero e os estudos de caso. A advogada e integrante do Coletivo Feminino Plural e coordenadora do Centro de Referência para a Mulher (CRM) Patrícia Esber de Canoas, Renata Jardim, apresenta o protocolo de rede, ferramentas para o trabalho articulado e grupos de trabalho construirão uma proposta de protocolo para a Região Metropolitana.
Sempre buscando sobressaltar a transversalidade entre a violência de gênero e o crescente número de adolescentes e mulheres portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da Aids, o projeto Conexões realizou reuniões com agentes de saúde, lideranças comunitárias e demais militantes sociais dos municípios a fim de capacitá-los para lidar com esses casos. Durante os encontros, foram feitas discussões baseadas em material de apoio proporcionado pelo projeto, dinâmicas de grupo e atividades complementares à distância.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul apresenta a segunda maior taxa de detecção de Aids no país, com 38,3 casos para cada 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional (19,7 casos por 100 mil). Em 2014, o Estado ocupou, pelo oitavo ano consecutivo, o topo no ranking dos estados com maiores índices de Aids no País. São 41,3 novos casos para cada 100 mil habitantes, mais do que o dobro da taxa nacional (20,4). Porto Alegre foi a capital com a maior taxa registrada em 2013, mais do que o dobro da taxa do estado e quase cinco vezes a taxa do Brasil (96,2 casos para 100 mil habitantes).
A capital gaúcha possui o maior coeficiente de mortalidade por doenças decorrentes de HIV, sendo quatro vezes maior que a média nacional. Conforme dados da Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em 2014 o coeficiente feminino de casos de Aids chegou a 60,9 para cada 100 mil habitantes. A coordenadora do Projeto Conexões, Neusa Heinzelmann, adverte que talvez os números sejam ainda maiores do que os oficiais. “No caso das violências contra a mulher, a falta de cruzamento entre as informações dos diferentes órgãos dificulta que tenhamos dados mais próximos a realidade. O programa Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), do Sistema Único de Saúde (SUS), que agrupa dados daquelas mulheres que procuram as unidades de saúde, aponta para números ainda maiores do que os da segurança pública”, exemplifica.
Mais informações no site do Coletivo Feminino Plural (http://femininoplural.org.br) e do projeto Conexões (http://conexoescfp.blogspot.com.br/).
Serviço:
O quê: Projeto Conexões – Estratégias Integradas contra HIV/Aids e a Violência de Gênero
Quando: 21 de julho, das 8h30min às 17h
Onde: Rua dos Andradas, 943 – 11º andar