“As descontinuidades, as transgressões e as subversões que essas três categorias (sexo-gênero-sexualidade) podem experimentar são empurradas para o terreno do incompreensível ou do patológico” (Louro, G. 2004)
por Cris Bruel, psicóloga, integrante do Coletivo Feminino Plural e Outra Visão
Não há lugar ainda possível para a ideia da diversidade (de sexualidade ou de gênero), esta ainda é uma ideia insuportável. Aqueles e aquelas que, de alguma maneira, subvertem a lógica imposta por uma cultura que opera por binarismos estarão sujeitxs a sofrerem as consequências mais drásticas para manterem normas que regulam os gêneros, a sexualidade e as diversas possibilidades de demonstração de afeto.
O dia 17 de maio, Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, deve ser lembrado como um dia de luta dado que a violência contra a população LGBTTI permanece. Não acessamos dados estatísticos verazes por conta da invisibilização da violência acometida a pessoas lésbicas, gays, transexuais, transhomens. Muitas mortes de travestis, transexuais e transhomens são, reiteradamente, notificadas enquanto “homens com vestimentas de mulher”, ou como lésbicas e/ou homossexuais, deixando explícito o preconceito e a aversão àquelxs que não conformam uma “natureza possível”.
Os esforços empreendidos para impor a norma nos corpos (e nxs sujeitxs) acabam matando, extinguindo, estuprando, normatizando, educando, impondo, violando pessoas que rompem com a invenção social de que o mundo deve seguir por uma única via.
Que possamos repensar sobre a normalidade, sobre o inteligível e sobre todos os limites aos quais estamos submetidxs cotidianamente!