Violência de gênero, cultura do estupro, desigualdade salarial, trabalho insalubre para gestantes, assédio sexual, discriminação por orientação sexual ou por deficiência, racismo, desigualdade nos cargos de poder, abortos inseguros… a tua candidata (ou candidato) fala disso?
Vale aqui o velho chavão de que não basta ser mulher. Tem candidata que defende liberação de arma, fim de direitos trabalhistas e o uso do relho como arma política. É neste tipo de mulher que você quer votar?
Em cada eleição constatamos a mesma realidade, mesmo com novas leis: candidaturas femininas para preencher as cotas, pouca visibilidade, resultados pífios. Muitos homens, poucas mulheres e, entre elas, muitas conservadoras! Isso precisa mudar.
A paridade na política é uma bandeira feminista. O Brasil é 141º colocado no item mulheres na política. Isso não corresponde à nossa presença em todos os campos da sociedade. Não queremos só votar, queremos ser votadas.
Uma reforma política é inadiável, para acabar com privilégios das elites rica, branca e masculina. A ampliação da presença das mulheres fortalece a defesa da democracia participativa e permite que as mulheres também possam incidir verdadeiramente nas decisões e mudanças do país.
Mas estejamos alertas! Há candidatas e candidatos sem trajetória na defesa das mulheres que tentam se apropriar de um discurso para ganhar o eleitorado feminino.
Nossas conquistas são fruto de várias gerações. As pautas femininas ganharam visibilidade e respeito através de muitos embates nos últimos 40 anos. É graças a essas mulheres que nos antecederam que o “pessoal se tornou político”, que a violência doméstica virou crime. O enfoque de gênero nas políticas públicas e nas leis, alvo dos maiores ataques dos golpistas de 2016, é fruto de um esforço histórico, que custou muito trabalho e pressão.
O atual cenário eleitoral se mostra extremamente conservador e polarizado. Candidaturas fascistóides ameaçam o futuro do Brasil. O papel da grande mídia é mascarar as diferentes propostas e assim impedir as discussões levantadas pelo movimento feminista, principalmente em relação a questões como a descriminalização do aborto, gênero na educação, direitos trabalhistas e previdenciários, saúde integral, creches para as trabalhadoras, entre outras.
Nestas eleições, segundo dados do TSE, temos menos candidaturas femininas. No quadro político atual é importante eleger bancadas democráticas contra o golpe misógino e midiático, que retirou Dilma Rousseff da presidência. Os golpistas no governo e no congresso destruíram os avanços nas políticas públicas, mudaram a legislação com enfoque de gênero, congelaram recursos do orçamento para áreas sociais que afetam diretamente as mulheres. Porque são machistas, misóginos, neoliberais e namoram com o fascismo. Por isso, escolha mulheres para votar.
Nós, ativistas, movimentos e organizações feministas, estamos atentas pela qualificação da representatividade para mudar esse cenário. Não basta compartilhar o poder entre homens e mulheres. Queremos aumentar a participação das mulheres com uma perspectiva feminista, não racista e anticapitalista.
Mais mulheres, mais compromissos!
Vote em candidaturas que têm posição nítida sobre a pauta das mulheres!
Como definir seu voto
Faltam poucas semanas para as eleições. Faça sua pesquisa e veja como vêm se posicionando as candidaturas sobre os seguintes temas fundamentais para nós:
( ) violência de gênero é um crime
( ) estupro, a mulher nunca é culpada
( ) direito ao aborto é uma decisão que cabe à mulher
( ) racismo é crime e é inaceitável
( ) mulheres com deficiência tem direito a ser tratadas com igualdade
( ) a livre orientação sexual deve ser respeitada e garantida
( ) liberação de mais armas serve para matar mais mulheres
( ) políticas para as mulheres com a reconstrução de organismos públicos
( ) nenhuma mulher pode morrer por falta de atenção à sua saúde
( ) igualdade salarial e reposição de todos os direitos trabalhistas perdidos
( ) acesso à previdência com a reposição de todo os direitos perdidos
( ) igualdade política só com paridade
( ) direitos das mulheres são direitos humanos
* Se a sua escolha ainda for por um candidato homem, tente comprometê-lo com estas pautas.