Dos 25 trabalhos inscritos no Concurso Acervo Enid Backes – Conhecimento é Poder!, cujo resultado foi divulgado em março de 2017, 11 foram selecionados para publicação em um número especial da Revista Eletrônica “Coisas do Gênero”, editada pelo Programa de Gênero e Religião das Faculdades EST de São Leopoldo (RS).
Quatro deles foram apresentados por suas autoras no workshop “Conhecimento é Poder” realizado na tarde do dia 6 de abril de 2017 na sede das Faculdades EST em São Leopoldo (RS).
O encontro contou também com a participação da professora Jussara Prá, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Mulher e Gênero (NIEM/UFRGS), que falou sobre a “Linguagem da Intransigência – Locuções verbais usadas para obliterar os avanços dos direitos das mulheres e/ou fazer recusar os já conquistados”.
A professora Marcia Blasi, coordenadora do Programa de Gênero e Religião das Faculdades EST, contou como surgiu o programa e ressaltou a dificuldade de encontrar referências de mulheres em trabalhos acadêmicos.
Samantha Machado da Rosa, estudante de Psicologia da Ulbra, apresentou um resumo de seu trabalho intitulado Relato de experiência de estágio no Projeto Mulheres da Paz Grande Mathias e Harmonia: buscar a prevenção das violências contra as mulheres através da promoção de cidadania e empoderamento de mulheres na periferia de Canoas.
“Depois desse estágio, eu me senti feminista. A gente tem que acabar com a violência e com qualquer tipo de discriminação”, afirmou Samantha.
Maria Fernanda Jacobus, estudante de Ciências Sociais da UFRGS, concorreu com a monografia Representatividade das mulheres na IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil).
“Mesmo quando conquistamos espaços, ainda existem barreiras que precisamos vencer”, lembrou Maria Fernanda. Ao final de seu relato, acrescentou: “Tudo na vida é política. Mulheres empoderadas num espaço patriarcal é política. Estamos aqui para mostrar que a gente pode”.
Alessandra Verch, mestranda em Ciências Políticas na UFRGS, participou com o artigo Nadando contra a maré? Feminismo e cultura política democrática, em que reflete sobre a democracia brasileira adicionando aos indicadores clássicos também a questão de gênero. “Minha pesquisa começou após eu ser mãe”, contou, a partir da constatação de violência obstétrica.
Elena de Oliveira Schuck, que cursa Doutorado em Ciências Políticas na UFRGS, inscreveu o artigo Críticas Feministas às ideias de democracia e cidadania. “A teoria feminista acaba sendo uma base para tudo o que estamos vendo”, lembrou Elena. “Falar sobre teoria feminista é uma militância acadêmica. Ainda é preciso lutar para ter esse espaço na academia”, acredita.
O workshop foi uma realização do Projeto Acervo Enid Backes do Coletivo Feminino Plural com o apoio da Fundação Luterana de Diaconia e parceria das Faculdades EST, NIEM/UFRGS, PUCRS e UERGS.
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