Via Nexo Jornal
O mundo enfrenta hoje, possivelmente, a maior ameaça aos direitos humanos desde a adoção da Declaração Universal que em 1948, três anos após o fim da Segunda Guerra, codificou as normas mínimas para proteger a vida e a dignidade de todos os seres humanos.
A avaliação foi feita pelo britânico Iain Levine, diretor de Programas de uma das mais influentes ONGs de direitos humanos do mundo, a Human Rights Watch. Levine é especialista em crises humanitárias e na proteção de civis em situações de conflito armado.
Ele considera que os sete anos de guerra na Síria estão fazendo com que as pessoas percam a confiança no sistema internacional, recuem das Nações Unidas, da União Europeia e “da ideia de que a força militar não é a melhor forma de promover paz e desenvolvimento”.
Para Levine, “todo o sistema criado em 1948 está sendo duramente questionado e cada vez mais há rejeição ao conceito de universalidade dos direitos”. Ele esteve em São Paulo no início de maio, quando conversou pessoalmente com o Nexo.
O que são direitos humanos?
IAIN LEVINE É a pergunta mais óbvia, mas a resposta é muito difícil. Desde a eleição de Donald Trump, nos EUA [em novembro de 2016], e desde a ascensão de todo esse movimento populista em muitas partes do mundo, nós falamos muito sobre esse desafio. A Human Rights Watch é politicamente neutra, não apoia nenhum candidato, seja de esquerda ou de direita, mas, ao mesmo tempo, é uma organização extremamente consciente do ambiente político e da influência desse ambiente em tudo o que faz. Afinal, há mudanças políticas que vão contra os direitos humanos. Um dos grandes desafios é justamente esse: como comunicar os valores dos direitos humanos? Eu não sou advogado, mas sei que os ativistas são acusados de sempre assumirem posições muito legalistas em relação aos direitos humanos. Nós temos de achar outras formas de falar disso, a partir de uma posição moral, de defesa de valores e de defesa de nossa humanidade compartilhada.
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