Folha do Estado da Bahia – A inserção de mulheres no tráfico de drogas aumentou consideravelmente nos últimos anos, de acordo com levantamentos feitos por autoridades na área de segurança em Feira de Santana. Somente em 2013 foram mais de 56 mulheres presas por conta da ligação com o comércio de drogas ilícitas por motivos que variam entre o financeiro e o emocional.
Segundo o Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, o tráfico de drogas consideradas ilícitas no Brasil constituiu nos últimos anos a atividade que mais propiciou ingresso de mulheres no sistema penal brasileiro. A adesão de mulheres nessa atividade é progressiva, mudando as estatísticas de 32,6%, em 1988, para 56,1%, em 2000, chegando em 2013 a praticamente 70%.
Crédito: Reprodução
De acordo com o delegado Matheus Souza, titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Feira de Santana (DTE), houve um aumento de 30% no número de mulheres inseridas no submundo do tráfico entre os anos de 2012, quando foram presas 47 mulheres, e o ano passado. Esse crescimento, explica o delegado, é decorrente das prisões dos maridos traficantes. “Com a detenção dos companheiros, as mulheres assumem o posto e se tornam traficantes também. São usadas como pequenas burcas vendendo drogas por conta da necessidade que sentem de se firmarem no mundo do crime”, observa.
Outra razão pela qual as mulheres se envolvem com o tráfico são as promessas de vida fácil. Cada vez mais elas são recrutadas para este mundo, que aparenta-se como um mercado com ganhos muito lucrativos. Segundo o delegado, uma bucha de maconha, por exemplo, é vendida por R$ 5 ou R$ 6 e uma pedra de craque custa R$ 7. “O lucro é fácil e o dinheiro chega rápido. No entanto, elas não analisam as consequências devastadoras e colocam em riscos suas próprias vidas”, informa.
Independente do quadro que se apresenta na atualidade, o titular da especializada se diz satisfeito com o trabalho desenvolvido pela polícia até aqui. “Nós temos o nosso trabalho reconhecido pela população que tem buscado nos ajudar em tudo o que é possível. Continuamos com o trabalho de combate as drogas de maneira intensa para evitar que mais gente seja levada a esta triste realidade”, pontua.
Fonte: Monitoramento da Cedaw. Publicado em 16 de janeiro de 2014.