A Organização Não Governamental Coletivo Feminino Plural, que atua há 20 anos em várias instâncias para reduzir e eliminar a violência contra as mulheres, apresentará nesta quarta feira (23) duas iniciativas no campo das Novas Tecnologias Sociais: a Plataforma Digital para Gestão dos Dados Patrícia Esber, em parceria com a CANOASTEC, que se encontra em adiantada etapa de elaboração; e o Projeto Avaliação e Gestão de Risco como ferramenta para o enfrentamento à Violência Contra as Mulheres em Canoas/RS. Ambos contam com o apoio do Poder Judiciário Estadual – Vara de Execuções Criminais do Fórum de Canoas e da Prefeitura Municipal de Canoas/Coordenadoria de Políticas para as Mulheres. Esses aportes metodológicos resultam do trabalho há quatro anos desenvolvido pela entidade junto ao Centro de Referência Municipal para Mulheres Vítimas de Violência de Canoas/RS Patrícia Esber.
A apresentação dos projetos ocorrerá no dia 23 de Março de 2016, às 15 horas, no contexto do Mês da Mulher, no Auditório do Ministério Público Estadual (Praça da Matriz, Porto Alegre), quando também será apresentado à sociedade o Comitê de Especialistas constituído para o projeto de Gestão de Risco e o atual estágio desse tema em nível nacional e internacional. Integram este colegiado integrantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, de três universidades (PUCRS, UFRGS, UERGS) e de três redes nacionais de direitos humanos das mulheres. Este projeto é coordenado pela advogada Renata Teixeira Jardim.
Os dois projetos são tratados no contexto de Tecnologia Social por incluir como elemento central do seu desenvolvimento uma temática de alto relevo social e a adoção de um processo aberto e participativo, com ênfase na dimensão pedagógica. Além do comitê de especialistas, a rede local de atendimento à mulher do município de Canoas será consultada e poderá se apropriar desse conhecimento. O resultado do trabalho será oferecido para quem por ele se interesse com fins não mercadológicos. “Não se trata de transferência de tecnologia”, afirma a coordenadora da entidade Telia Negrão, “mas de compartilhamento de saberes, uma prática do movimento feminista que retira as mulheres o papel de demandantes para o de protagonistas no processo de construção do conhecimento”.
Pela dimensão e impacto nacional que essas tecnologias podem proporcionar às redes de atendimento, decidiu-se apresentar os dois projetos em Porto Alegre, abrindo a possibilidade de maior disseminação. Tanto essas novas propostas quanto a Metodologia de Atendimento em Centro de Referência desenvolvidas pelo Coletivo Feminino Plural, tem sido possíveis graças à parceria com a Prefeitura Municipal de Canoas, que dispõe de uma das mais importantes redes locais para as mulheres do país, reconhecida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Ministério da Mulher, Discriminação Racial e Direitos Humanos. Em sua visita ao Centro de Referência, a Secretária Nacional da Mulher, Eleonora Menicucci, a ele se referiu como “um exemplo de experiência bem sucedida a ser replicada em âmbito nacional”