Conexões realiza mais uma tarde para enredar em Porto Alegre

Na quinta-feira (9 de junho) a equipe do projeto Conexões voltou a Porto Alegre para a realização de uma segunda etapa junto às rede de enfrentamento à violência contra a mulher e de atenção em saúde às DST/HIV/Aids. Na Capital, o encontro ocorreu na Secretaria Municipal de Educação e reuniu, além de agentes de saúde, do representante do Fórum de Ongs Aids e representantes do Comdim e da Secretaria Adjunta da Mulher do município, educadoras e educadores.

Os participantes entenderam um pouco mais sobre os fluxos e protocolos no atendimentos às mulheres vitimas de violência, refletiram sobre como a desigualdade de gênero se reflete nas relações, no ambiente de trabalho, na educação e como podemos agir para mudar essa realidade.

IMG_5815Vera Daisy Barcelos, do Conselho Municipal de Direitos da Mulher (Comdim), destacou que a violência contra as mulheres é um problema de todo mundo. “Não somos só nós, mulheres, mas a sociedade inteira, com o comprometimento do Estado, que devemos combater esta que, para nós, é uma chaga da sociedade brasileira”.

Telia Negrão, do Coletivo Feminino Plural, falou sobre a relação da Violência de Gênero, a Cultura do Estupro e os altos índices de infecção pelo vírus do Hiv/Aids. Buscando as origens do termo Cultura do Estupro, disse Telia, “cheguei aos textos de Angela Davis, uma negra norte-americana, que vai identificar no cruzamento entre desigualdade de gênero e racismo a origem dessa cultura”.

A cultura do estupro existe em uma sociedade em que as mulheres têm seus comportamentos e sua vida analisados numa perspectiva de moral dominante e que estabelece um valor a essa mulher a partir de uma moral conservadora. “O que foge dessa estrutura, que transgride, legítima a existência do estupro como pratica aceitável”, refletiu Telia. A desigualdade de gênero é o que unifica violência e Hiv. Por isso, a discussão de gênero e sexualidade devem estar dentro da escola.

IMG_5854Após, as falas de apresentação, as e os participantes identificaram seu papel na rede que interliga Atenção à Saúde e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Todas e todos apresentaram a que serviço pertencem e “se enredaram”.

O terceiro momento foi um trabalho em grupo no qual tiveram de lembrar se já haviam atendido vítimas de violência que foram submetidas a exames para detecção de infecção por DSTs e vice-versa – se já haviam entrado com casos de mulheres positivas para HIV/Aids que foram encaminhadas ao serviço de atendimento à vítima de violência. Ao final, os grupos apresentaram e a coordenadora do projeto Neusa Heinzelmann fez uma retomada de todas as discussões que surgiram durante esta etapa do projeto.

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support